ouro preto studios sete lagoas mg, brazil
- tech chart
- arquitetos: Carlos Alberto Maciel, Ulisses Mikhail Jardim Itokawa colaboração: Raquel Araújo, Lucas Durães local: Sete Lagoas, MG, Brasil projeto: 2010
- description
O projeto do edifício Estudios Ouro Preto sobrepõe dois programas em um único edifício: 10 apartamentos para comercialização nos primeiros pavimentos, e duas coberturas, para os proprietários, com acessos, estacionamentos e estrutura condominial independentes. A legislação local limita a altimetria, nesta área, a 4 pavimentos, acrescidos de um pavimento de cobertura com no máximo 40% da área do pavimento tipo. O partido tradicionalmente adotado pelo mercado imobiliário local é o “H”, com 4 apartamentos por andar, em geral com baixa qualidade ambiental. Considerando a localização em esquina e a possibilidade de vista, nas cotas elevadas, para a lagoa Paulino, localizada na área central, e para a Serra de Santa Helena, do lado oposto, a distribuição dos 10 apartamentos inferiores se faz transversalmente, assegurando a todas as unidades vista para a rua e acesso a um jardim privativo na divisa oposta, enquanto as coberturas apresentam organização longitudinal, favorecendo as visadas para a lagoa e sol nascente – do lado dos terraços – e para a Serra e o por do sol, do lado oposto. Essa disjunção entre orientações da organização interna se equaciona construtivamente através de uma modulação rigorosa, que define o módulo básico dos apartamentos em linha – 3,00 metros de eixo -, e dos vazios centrais para iluminação e ventilação das áreas de serviço e utilidades. Os apartamentos apresentam uma variedade de tipologias, com áreas variadas e quantidade de quartos – 1, 2 e 3 quartos – definidos a partir de pequenas variações na apropriação da lógica modular e da exploração das extremidades, que conformam exceções na regularidade construtiva. Todos são duplex e abrem cozinha e lavanderia para a rua ao nível inferior, interiorizando a sala, que apresenta total integração com o jardim privativo. No segundo pavimento, os sanitários e as circulações se organizam ao redor dos pátios de iluminação, assegurando aos espaços de permanência a abertura para o exterior através de generosos panos de vidro protegidos de sol e chuva. As coberturas, com sutis diferenciações decorrentes de especificidades programáticas, apresentam um grande espaço social contínuo com o terraço, com clara diferenciação entre espaços coletivos e áreas íntimas, organizadas aos modos de mezaninos. Sanitários, cozinha, lavanderia e espaços de armazenamento e apoio abrigam-se entre os vazios dos pátios de iluminação, de modo a permitir a máxima continuidade e flexibilidade dos espaços de permanência. A localização em esquina favoreceu a criação de acessos independentes para cada um dos conjuntos, um em cada rua. O suave aclive permitiu conformar a garagem aos modos de um pilotis, semiaberto para uma passarela avarandada de circulação que dá acesso às unidades, duas a duas. Para as coberturas, um núcleo de circulação vertical articula a garagem em subsolo, o hall de entrada e o pavimento principal, funcionando como um atenuador do calor do sol noroeste. Concreto e tijolo aparentes conferem ao edifício caráter despojado e austero, buscando ampliar sua permanência no tempo, refutar modismos e reduzir os custos futuros de manutenção.